sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A minha vida

Nada dura para sempre. É o que mais me vem à cabeça neste últimos dias. E na verdade é mesmo assim. Não há felicidade e angústias que durem eternamente. Estou numa luta com as minhas dores faz hoje dois meses. Dois meses que não têm sido fáceis, de todo. Medicação atrás de medicação, dores atrás de dores e vejo que não tem fim. As dores são o pior. Deixam-me angustiada, desesperada e triste. Triste porquê, perguntam vocês. É fácil. Tenho 26 anos (existe quem me dê 33, mas isso é outra história), mas já fui posta à prova imensas vezes, demasiadas vezes. Aliás. E começou cedo...
Tinha 12 anos quando a minha avó fracturou-me uma vértebra na coluna quando decidiu empurrar-me contra uma quina da parede.
Aos 13 anos fiquei com o meu sobrinho de 6 meses para criar (durante 2 anos fui mãe dele).
Aos 15 começo a desmaiar sem quê nem porquê e tive "diagnóstico" de leucemia, exames e mais exames e chegou-se à conclusão que tinha  um quisto na hipófise que tinha que ser controlado e que afinal a leucemia não existia. Exames, análises, médicos...todo um conjunto de coisas porreiras portanto. Andei kms, a minha mãe gastou rios de dinheiro para saber ao certo o que tinha. Dores de cabeça horríveis que faziam com que vomitasse quase o estômago e afins. Uma médica neurologista, pouco simpática, disse-me uma vez para deixar de ser maricas porque o que tinha chamavam-lhe tumor e não quisto e tinha que aprender a viver com aquilo porque a irmã dela também tinha e não tinha morrido (já tinha 52 anos na altura)... Nunca mais fui àquela médica. Mais uma luta para encontrar um médico no mínimo interessado para me ajudar. Encontrei. Pouco simpático também, mas um médico que dizia as coisas, não passava panos quentes. Quando o dito quisto aumentou de tamanho para quase o dobro (e foi aqui que passou de quisto para tumor benigno) achou que ali já não fazia nada e mandou-me para a neurocirurgia para Lisboa. Sou seguida pelo endócrinologista e quando existe aumento, sou vista também pelo neurocirurgião. O meu tumor benigno existe e está cá e às vezes faz-me lembrar que o maldito está ali. Mas nada de grave ao ponto de morrer disto. Não. Não é o caso, mas como tudo no mundo da medicina, existem contras por ter esta coisa a mais dentro da minha cabeça. Mas aprende-se a viver.
Aos 18 anos quiseram operar-me às costas porque tinha hérnia discal. Não fui. Era nova demais.
Agora aos 26 anos descubro um nódulo de 12mm numa mama e que estou com degeneração óssea muito acentuada para a minha idade. Principalmente na coluna. E agora pergunto-me. Vou fazer o quê? Às vezes pergunto-me e esta, possivelmente, é a parte negativa de mim a falar, mas se isto continuar assim, o que vai ser de mim? Não sei o que fazer e pensar. Tenho medo. Para dizer a verdade, tenho muito medo. Mas desistir está fora de questão. Tenho a minha família. Eles são tudo para mim. É por eles que meto o melhor sorriso na cara e disfarço o que vai cá dentro. Sinto medo. Muito medo. Tenho 26 anos e por vezes sinto-me incapacitada.
Tenho a família que sempre quis. Uma filha linda, um marido que amo e tenho medo. Só medo!!!
Boa tarde...

1 comentário:

  1. Neuza, não tenho escrito mt nem tenho vindo aos blogs fazer leitura assidua como queria mas não podia deixar este teu post sem uma palavra de ânimo e força <3 espero sinceramente q tudo passe rápido e q daqui a uns poucos dias te estejas a rir do susto q o nosso corpo gosta de pregar! Se precisares e naquilo q puder, sabes onde me encontrar! Beijo enorme p ti e para M.I e muita força! Vai dando noticias <3

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